terça-feira, 9 de novembro de 2010

Calem a boca, nordestinos! - José Barbosa Junior.


Antes de mais nada sou nordestina e amei esse texto, leiam até o fim para entenderem!!!!!


Calem a boca, nordestinos!



Por José Barbosa Junior



A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré, Sergipe nos deu Tobias Barreto e Hermes Fontes e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.



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"Tente colocar bom senso na cabeça de um tolo e ele dirá que é tolice". - Eurípedes

"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente". Confúcio

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O espelho de duas faces. - Elizabhett Costa.


Estou aqui. Sim estou. Diante desse espelho de duas faces, onde uma você mesmo quebrou. Se a outra face está inteira nem eu tenho tanta certeza. Uma coisa eu posso dizer, não sobrou nenhum caco da face quebrada para contar história. Seguirei em frente sem olhar para o passado. Não quero me cortar mais. Não quero sentir novamente aquela dor. Tal dor que me corroeu por dentro e levou a única coisa que realmente fazia sentido em minha vida. O meu amor por você. Lembrar de você eu não quero, porém também não quero esquecê-lo. Já decidi. Você permanecerá em um lugar isolado, onde eu me recusarei a sequer lhe ver, Contudo as lembranças ficarão comigo.E não peça para eu tentar consertar o que você quebrou. Não tem mais jeito. Já lhe disse é não e ponto final. É assim que tem que ser. Pois tenha certeza você não me destruiu completamente, ainda me restou a outra face. Alias, foi tudo que apenas restou. E é com essa outra face que eu seguirei.

Sessão da meia-noite. - Elizabhett Costa.

É sempre bom ter alguém ao nosso lado para dividirmos a pipoca, um bom filme, os dias, permanecer em todos os melhores e piores momentos da vida ao lado de quem se ama, até ficarem velhinhos e mesmo assim amar. Amar é bom. Muito bom. Amar e ser amada é melhor ainda. Não acredito que o amor acaba, até porque para mim amor que acaba não é amor, mas sim desejo. Acredito que o que acaba é o desejo de estar perto da paixão - que já deixou de ter seu certo valor para quem deixou de desejar-. Amor é algo maior, sentimento grandioso e inexplicável. Sou um pouco suspeita para falar de amor, pois fui, sou e sempre serei uma eterna romântica. Não há nada melhor do que sentir. Sentir que o amor existe e sentir que ele está bem mais perto do que se pensa. Acredito que um amor começa com os pequenos atos. Gosto de acordar pela manhã, bem cedo, abrir a janela e deixar as coisas boas entrarem... Quem sabe o meu amor apareça e queira entrar pela janela? Que nem Romeu. Sei lá... Mas temos que estar preparados pra tudo, não é? Se bem, que por mais que nos preparamos, procuramos ou inventamos o amor... Ele chega quando menos queríamos amar, quando nem mais acreditávamos que seriamos capazes de ser amados. Ah! O amor! Amo, amo, amo. Amo amar! Pense nisso e decida amar ou ser amado? Ou os dois? Acho que prefiro os dois. Sabe de uma coisa... Vou contar-lhe um segredo: falar de amor é uma das coisas mais complexas de se falar. Isso são só apenas mais sentimentos tentados a ser descritos em palavras numa sala de cinema, na sessão de meia-noite, esperando o amor chegar inesperadamente.

Mon premier amour et éternel. - Elizabhett Costa.


Eu não sabia como contar a ele. Não tinha certeza se contava ou não. Em mim havia medo da rejeição. Sim, eu estava amaldiçoada – ou pelo menos me fiz pensar isso – pelo amor. Os obstáculos, diante de mim, pareciam imensuráveis. Eu tentava falar com o olhar, acho que ele percebia, mas nunca pareceu perceber... É difícil de explicar (risos). Às vezes achava que ele tentava me dizer algo. Mas nada. Encontrava-me em profunda tristeza por achar que nunca iria expor a ele a respeito dos meus sentimentos. Só Deus sabia como eu estava mais ninguém. Como eu o amo. O meu coração é dele, mas ele nem desconfiava. Sou apaixonada pelo seu sorriso, pelo seu olhar, pelo seu coração – que é bom e puro –. O amo demasiadamente. Isso é mais forte que eu. Não consigo conter o meu sorriso diante de sua presença. Já tentei esquecê-lo. Juro que tentei. Tentativa vã. Fez-me lembrar ainda mais do seu jeito agradável de me olhar, de corresponder ao meu sorriso. Isso me deixava esperançosa.
Sua presença tornou-se mais constante em minha vida. Nossas conversas tornaram-se mais prolongadas. Nossa amizade mais intensa ficou. Os dias se passavam e eu sempre dizia “Amanhã, eu conto”. Eu não sei se eu na verdade tinha um medo de receber um não ou de perder a amizade, que é tão mais importante que um namoro, pois sem ela não há chances de qualquer relacionamento. “Tudo entre nós ficaria um pouco sem graça” – Era o que eu pensava.
Até que um dia...
Ele chegou e me contou tudo o que sentia e compartilhou os seus medos comigo. Bem parecidos com os meus. Nossos medos se tornaram tão bobos diante da imensidão do nosso sentimento. Eu e você. Isso soa bem. Que nem uma música. Que nem as estrelas que iluminam a noite. Que nem o pôr-do-sol. É muito bom amar e ser amado. É bom viver do amor. Muito bom mesmo. Acredite, é bom deixar de ser muito racional. Saiba que amar-te-ei até o fim do fim. Tudo se faz eterno quando se ama. Você faz parte da minha vida. Sempre fará. E o medo?Foi-se. Agora, cuidarei do meu amor para nunca esquecer o quanto é bom estar ao lado de quem se ama e quer bem.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Salmo de amor . - Elizabhett Costa.

Encontrava-me em pranto no meu quarto. Deitada em minha cama, clamando pela misericórdia de Deus. A dor que eu estava sentindo era imensa.
Após um tempo – depois de chorar e orar muito – eu terminei adormecendo. Comecei a sonhar. Que sonho lindo! Estava eu em um lugar iluminado, muito bonito mesmo. Pra mim era o céu. E lá havia um anjo. Tudo que lembro é que eu chorava muito e esse belo anjo me perguntava à causa do meu sofrimento. E eu explicava-o os meus problemas – todos, realmente todos, sem exceções –. Ele disse-me: “Elizabhett, não chore. Deus conhece todos os teus problemas, mesmo antes de você revelá-los. Ele é por ti. Deus ajudará, porque ele é fiel para cumprir tudo o que prometeu. Porque ele não é filho do homem para que minta nem homem para que se arrependa.”... Depois disso a única coisa que me lembro foi o tal anjo pedindo para que eu lesse o Salmo quatro. Prontamente acordei. – aliviada e ao mesmo tempo feliz, pois eu sabia que aquele sonho que eu havia acabado de ter, foi uma resposta do Senhor –.
Corri. Peguei minha bíblia e fui ler o Salmo quatro, onde dizia: “1 ¶ [Salmo de Davi para o músico-mor, sobre Neginote] Ouve-me quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. 2 Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Selá.) 3 Sabei, pois, que o SENHOR separou para si aquele que é piedoso; o SENHOR ouvirá quando eu clamar a ele. 4 Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos. (Selá.) 5 Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no SENHOR. 6 ¶ Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? SENHOR, exalta sobre nós a luz do teu rosto. 7 Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho. 8 Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança.”
Depois de ler, voltei a dormir dessa vez em segurança, porque aprendi uma coisa: a confiar no Senhor, nos propósitos dele, e aprendi que tudo há seu tempo, os problemas se tornaram menores e o meu coração e sonhos, a minha vida estão entregue ao Senhor. Rei dos Reis, nome sobre todos os nomes. Hoje eu entendo que posso até chorar uma noite, mas à alegria vem pela manhã. (Salmo 30.5)
Deus meu amigo e pai, eu te amo. E te seguirei para todo o sempre. Amém.

domingo, 7 de março de 2010

Carta para uma amiga. - Adaptado por Elizabhett Costa.


Assunto: O meu amor e o meu mais novo King Kong.

Amiga,
Estou aqui, nesse exato momento lhe escrevendo para mandar noticias minhas. Venho através desse e-mail lhe contar sobre a minha primeira semana em Recife, no meu novo emprego. Como você já sabe, fui transferida. Agora são exatamente oito horas e acabei de arrumar as coisas no meu novo apartamento, estou exausta.

Segunda-Feira: Mal cheguei e achei esse lugar maravilhoso. Sem falar no Deus grego que entrou no elevador junto comigo. Cabelos sedosos, loiro, olhos verdes, musculoso... Perfeito! Sem falar naquela boquinha dele (risos), Deus que me perdoe! Lindo era pouco para ele... Estou apaixonada amiga. Peguei o meu celular, fingi que ia ligar para alguém e olhei à hora do nosso primeiro encontro, com certeza todos os dias eu estarei ali defronte ao elevador no mesmo horário, sem nenhum atraso, só para pegar o elevador com o meu príncipe-grego-encantado. Ele saiu do elevador e se direcionou para o andar da engenharia. Ah! Meu engenheiro... Conheci o pessoal do setor, só para não perder contato, todos sem exceção foram muito atenciosos comigo. Ainda bem! Até o meu mais novo chefe, que eu pensei que iria ser um carrasco, tratou-me super bem. Esta cidade é perfeita. Daqui não saio mais. Hoje não tive tempo de ir ao supermercado, por isso comi umas cenouras que tinham aqui, pelo menos até amanhã eu acho que dá para diminuir um pouquinho do meu peso. Amanhã irei ao supermercado comprar algo antes que eu passe fome, morra desnutrida e solteira.

Terça-Feira: Nem acredito amiga! Você não sabe o que aconteceu... Sabe o meu príncipe-grego-encantado? Pronto ele mesmo. Ele olhou pra mim e sorriu, não é o máximo? Mas como eu sou muito "antogilda" nem olhei se quer nos olhos dele. Que merda! Faltou o olho no olho, que nem nos filmes da Barbie. Fiquei o tempo todo no elevador sem levantar a cabeça, olhando pros meus sapatos... Eu sou uma idiota! Acho que ele se sentiu humilhado e rejeitado ou você acha que ele percebeu que eu sou super afim dele? Passei o meu tempo no trabalho pensando nisso, mas eu já tenho a solução... Tenho que emagrecer! Regime total! Olhei-me no espelho hoje pela manhã e percebi que estou com certa saliência ao redor dos meus quadris. Estava pensando em comprar aquela revista que você me indicou SOS da gordura. Fui ao supermercado e advinha quem eu encontro? Ele mesmo... Aff! A primeira coisa que fiz foi me esconder, porque se não ele iria acabar achando que eu estava perseguindo-o. JAMAIS! Se bem que seria muito bom saber os locais que ele frequenta. Acabei comprando umas coisinhas leves em outro supermercado, só para ele não me vê. Comprei: biscoitos diet, legumes, chás, chocolates light e sucos naturais. Eu estava pensando em fazer a dieta do C, comprar todo tipo de legumes com C, mas não deu certo. O único legume que eu conheço com C é cenoura, e eu nem sei se é legume. Você sabe? Se souber me diz... Ou então... Deixa pra lá!

Quarta-Feira: O meu dia não começou muito bem. Que dor-de-cabeça! Vai vê é a dieta que está fazendo “efeitos”, espero que sejam positivos. Talvez a dor que estou sentindo seja por causa da alface e do biscoito que comi antes de dormir. Pesei-me, emagreci duzentos gramas. AVANÇO!Quero emagrecer quatro quilos até o fim de semana, porque desse sábado o meu príncipe-grego-encantado não escapa. Ah! Acabei descobrindo o nome dele... Douglas, nome de príncipe mesmo, não é? Também achei. Como descobri? Ah! É uma longa estória... Mas eu resumo para você... Descobri com a secretaria dele – fiz amizade com ela – Cheguei como alguém que não quer nada e perguntei discretamente poucas informações, ela me deu algumas,tais como: Soube que calça 43, separado há um ano, não tem pirralhos – ainda bem –, mora sozinho, super-hiper-mega-power-educado... Entre outras coisas que não me recordo. Hoje foi o dia que eu fiz o primeiro contato com ele – fiquei imaginando a minha cara de retardada ao sorrir para ele quando entrei no elevador – Para a minha felicidade ele retribuiu com um lindo sorriso de contar os dentes... Tão romântico! Mas ainda continuo achando que eu fiz uma cara do tipo “Oi! Eu sou um ET e esse é o meu primeiro contato com a terra”. Aff! Enfim... Pelo menos fiz o meu primeiro contato. VIVA AO AVANÇO!(risos). Tenho que fazer algo para agarrar ele logo. Como faço amiga? Não posso parecer vulgar. Isso nunca. Jamais. NO, NO, NO! Comprei um vestido super-hiper-mega-power- discreto, vermelho, quatro números menores que o meu e o melhor, estava na promoção.

Quinta-Feira: AI! Estou pulando de alegria... Ele me cumprimentou quando eu entrei no elevador. Feliz! Feliz! Hoje estou assim, super-hiper-mega-power-feliz! Ele me perguntou se eu era a arquiteta que foi transferida de São Paulo e eu com uma cara de vegetal respondi: “Umrum”... Douglas, o meu príncipe-grego-encantado, perguntou-me se eu estava gostando da empresa, novamente respondi: “Umrum”. Aí ele disse: Está gostando de Recife? A estúpida (eu), respondi: “Umrum”. Meu Deus! Eu não estava conseguindo falar nada. Ele tentou prosseguir com a construtiva conversa: Você sabe falar outra coisa além de “Umrum”? E eu respondi: “Ãram”. Ajude-me! Você acha que eu fui muito evasiva? Falei o necessário ou deveria ter falado mais? Você acha que eu fui muito monossilábica? Ai, amiga! A paixão faz essas coisas... Mas como já lhe disse esse fim de semana ele não me escapa. Vou chegar até ele e pedir para me mostrar TODOS os pontos turísticos dessa belíssima cidade. E para piorar a situação estou morrendo! Minha cabeça não pára de doer. Aff! Estou determinada a quebrar meu regime só por hoje. Vou fazer uma sopa de legumes. Espero não engordar muito.

Sexta-Feira: Pânico! Esta é a palavra certa PÂ-NI-CO. Comi no jantar até não querer mais. Que absurdo! Não sei pra que eu coloquei todas aquelas beterrabas e cenouras. Agora estou com "gastrofobiaintestinal" (não consigo sair do banheiro). Arruinei minha vida social-psicológica. Eu não posso deixar de trabalhar, por isso fui mesmo com o tal imprevisto que eu já citei e não quero repeti-lo, causa certa vergonha, sabe? Sai de casa parecendo uma bomba pronta para explodir. A cada passo era uma flatulência diferente, não estava aguentando. Ai! Amiga isso dá vergonha de contar, mas eu sei que você me entende, e, é para você que conto todos os meus segredos, então, vou lhe contar tudo que aconteceu, nesse dia de sexta-feira. Tudo foi tão terrível! Estou com vontade de me atirar pela janela...
Quando peguei o ônibus para ir trabalhar, cada degrau que eu subia era um pum. Nem eu estava suportando... Ai amiga! : /
Teve um idiota que gritou: “Peidar até pode, mas jogar merda na cara da gente... Que sacanagem!”. Para a minha sorte uma mulher gorda foi apontada como a responsável. Coitada! Todo mundo virou para olhar para ela e acusar a pobre gordinha de peidona. Ele parecia um camaleão, mudava de cor constantemente (consequência da vergonha), Ficou verde, amarela, vermelha, roxa, todo tipo de cor que você imaginar... E eu? Aproveitava cada mudança de cor para soltar os meus gases mal cheirosos. O pior, eu acho, seria se eu tivesse que prender... Fiquei com medo de sair um pum barulhento, na certa todos iriam saber que foi eu.
Quando desci do ônibus tinha um senhor de idade na minha frente, e na frente dele um homem... Foi ai que eu aproveitei para solta mais um. Quando eu estava mais adiante escutei quando o senhor de idade disse pro rapaz “Meu filho, você não tem vergonha de soltar esses negócios horrorosos e fedorentos não? Nem o meu fede tanto assim”.
Cheguei ao meu trabalho decidida a subir os quarenta e oito degraus até o meu escritório. Nem o meu príncipe-grego-encantado eu queria vê. COMO É DIFICIL SER EU! Que azar o Douglas viu que eu estava entrando e ficou segurando a porta do elevador para que eu entrasse no mesmo. Eu não sabia se resistia a tentação de entrar no elevador e subia as escadas mesmo, ou se eu entrava e fosse o que Deus quisesse. Como eu não me decidia ele me puxou e apertou o botão do meu andar. Fique mais aliviada ao saber que já estava chegando o meu andar... Meu Deus! O elevador deu um solavanco, as luzes se apagaram e o elevador parou. Que AZAR! As luzes de emergência rapidamente se acenderam. Douglas sorriu para mim (como se ele soubesse que eu não resisto aquele sorriso) e disse que era a bruxa da sexta, que tudo iria ficar bem logo, logo. O pior não foi nada... Eu estava ficando cada vez mais preocupada com a dor na minha barriga. Definitivamente hoje não é o meu dia.
AMIGA, foi horrível... Eu tentei prender, juro.
Abaixei-me rapidamente e fiquei tentando aspirar ao peido. Você deve está imaginando... Como é se abaixar e tentar disfarçar o mau cheiro para que o homem mais lindo do mundo não perceba que você peidou?HORRIVEL!HORRIVEL!MIL VEZES HORRIVEL!Ele viu que eu estava desesperada, se sentiu o odor eu não sei. Quando a catinga passou eu voltei a respirar normalmente. A minha desculpa foi dizer que eu era claustrofóbica. Até aí tudo estava bem, comparado ao que vou lhe contar agora... Ele me ajudou a levantar. Mal levantei já soltei outra potente flatulência. Foi PIOR que a anterior, e eu não tive desculpa. Douglas sentiu o mau cheiro, ficou uma espécie de verde-lodo misturado com amarelo-mustarda. Dessa vez eu sentei no chão do elevador e fiquei lá tentando prender o mau feitor, o pum. Ele se afastou de mim e começou a olhar pro teto do elevador. Fiquei imaginando o que ele estava pensando de mim naquele momento. E eu? Amiga, fiquei olhando para os lados, como se estivesse buscando donde veio aquele fedor terrível. Enquanto ele estava lá no cantinho dele, afastado de mim, eu soltei mais outro. O meu amor ficou desesperado. Perdi o meu príncipe-grego-encantado. Douglas não parava de apertar o botão do andar dele. Como se isso fosse adiantar. Ele bateu na porta, gritou, e eu lá só nas flatulências. Tudo que eu queria era que a minha "gastrofobiaintestinal" parasse. Eu já não aguentava mais ficar abaixada fazendo respiração cachorrinho para tentar acabar com aquele trágico odor. : / Aff!
Ele ficou mais calmo quando o odor passou. Comecei a chorar. Estava morta de vergonha. O meu príncipe-grego-encantado-cheira-peido me viu chorando, enxugou meus olhos e disse: “Os meus olhos estão ardendo mais que os seus...” Pensei que ela fosse ser mais sentimental, ou até romântico. Talvez ele me desse um beijo no meio de toda aquela situação desesperadora e me dissesse que estava tudo bem, e que isso é normal, mas não. Não foi isso que ele disse. Aquilo me magoou profundamente. Pensei: “Ah é seu óvulo-não-fecundado? Então acabou a respiração cachorrinho...”
Depois disso, no primeiro ele cobriu o rosto com o paletó.
No segundo, tampou o nariz.
No terceiro, não aguentou e abriu a boca pra respirar, no quarto, ele ficou azulado até ficar roxo.
No quinto, me sacudiu pelos braços e berrou: "Mulher! Pára de se cagar!". Depois disso ele só chorava. Chorou como um bebê até sermos resgatados, seis horas depois.
Entrei no escritório e pedi minha transferência para outro lugar, de preferência outro País.
Ah! E depois que sai do elevador a minha gastrofobiaintestinal melhorou completamente.

E sem falar no meu fim de semana que boiou!

PS: Apague este e-mail depois que você ler, está bem?
Sua amiga, Carolinna.

*Esse texto é uma adaptação feita por mim, em cima de um texto que encontrei na internet há muito tempo (não sei o nome do autor). Só o que fiz foi colocar idéias minhas, mudar a maneira de como foi escrito, colocar algumas palavras e expressões estranhas (risos) e aumentar o ponto da história.
Quem conta um conto aumenta um ponto...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Feita pro amor da cabeça aos pés. - Elizabhett Costa.

Falar de amor é algo indefinido, pois o amor pode ser sentido de várias formas por diversas pessoas.
O mais interessante nisso tudo é que falamos de amor o tempo todo, sem ao menos conhecê-lo; até porque de fato não o conhecemos ao certo, apenas sentimos e pronto. Eu só faço apenas um apelo: Não diga eu te amo sem amar. Isso pode machucar a pessoa que realmente te ama. Porque dizer eu te amo não é como dizer bom dia.
Amor é algo que construímos pouco a pouco. Seja lá amor de amigos, conjugal, familiar... É necessário conhecer um pouco a cada dia para amar mais, mais e mais... Até a convivência gerar certa dependência. Não que o amor seja um sentimento dependente, apesar de que sem o amor nada seriamos, mas a dependência que falo é aquela do tipo que você encontra na felicidade do outro a sua felicidade, é quando paramos de ser um pouco egoístas e passamos a pensar mais no ser amado. E vale ressaltar que é sempre bom não depender do sentimento alheio, pois tudo em excesso é prejudicial. Mas voltando a magia da idealização do amor perfeito...
Aposto que você sabe aqueles sintomas, que nós sentimos quando se está amando. Aqueles mesmos sintomas que nos fazem queimar por dentro só em pensar na pessoa amada.
É tão bom sentir o amor em nossas veias, saber que talvez aquela pessoa que está ao seu lado seja o grande amor que Deus reservou-lhe. Oh! O amor...
O melhor é aquele amor que ultrapassa anos e ainda está ali, naquele sorriso. É o que chamamos de amor incondicional – quero um desse pra mim – Sei que amores como aquele são poucos, mas tenho esperança que ainda existam.
Às vezes nos apaixonamos por um sorriso, um olhar, um abraço, ou até mesmo, por um cheiro que nós nunca esquecemos. Sonhamos com os momentos mais lindos com o nosso amor, seja lá real ou platônico. O nosso coração bate mais forte, às mãos suam frio, o nosso olhar fica impenetrante e o sorriso irradiante, quando estamos do lado da pessoa que amamos.
Mas se me pedissem para definir o amor eu diria que é uma emoção onde não existe conceito, receita e muito menos prescrição, basta chegar, olhar, sentir e nunca mais largar, ou seja, é indefinido.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando ele a magoou. - Elizabhett Costa.

Sem pena nenhuma ele chegou para ela e disse que não a amava mais. Ela com seus olhos marejados desviou o olhar. Mentiu. Disse que também que já não o amava, só para não ficar por baixo.
Não queria ser a única com os sentimentos destruídos.
Passaram-se: Dias, semanas, meses...
E ela ainda não havia se esquecido de como foi rejeitada pelo seu amor – que já não era tão amado assim- Ela sentia cada vez mais ódio. Em sua mente só estava registrada a dor da desilusão.
Certo dia, ela resolveu sair para se distrair com as amigas, a uma casa de show, e quem ela encontrou?Ele mesmo. Cara a cara, novamente estavam de frente um para o outro.
Em sua mente passou o desejo de beijá-lo, abraçá-lo, e, ele dizendo que tudo aquilo não passava de um pesadelo. Mas ela “acordou”, viu a realidade.
Ele se dirigiu a ela e cumprimentou. Ela mais uma vez fingiu que tudo estava bem, foi ao banheiro, lavou o rosto e jurou para si que a partir daquele momento não pensaria mais nele.
Uma de suas amigas apresentou-lhe um rapaz, onde ela ficou deveras interessada, já não pensava no outro. Dançou a noite toda ao lado do seu novo pretendente.
Quando a festa acabou saíram juntos, abraçados e bem íntimos.
E ele?
Observava ela de longe com outro e apenas disse:

- Na verdade nunca te mereci.
Ela seguiu seu caminho em busca de novos amores.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Precisa-se. Clarice Lispector


Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

sábado, 2 de janeiro de 2010

As Borboletas. - Elizabhett Costa.


Uma vez estava eu em uma praça, não lembro onde, mas me recordo da situação. E lá estava uma menininha, aparentava ter seus oito para nove anos, por aí. Ela estava tentando pegar umas borboletas que sobrevoavam a sua cabeça, e, a gorotinha não cansava de pular, pular... tentativas falhas. Ela não desistia. E eu a observá-la, com o meu jornal na mão. Eu sorria de vez em quando, pensando... Coitada ela não vai conseguir!
Mas não era só eu que pensava isso, eu apenas pensava. Lá ao lado daquela garotinha havia uns garotos que diziam, "Deixe de sua idiotice menina, você jamais conseguirá pegar essas borboletas". Ela não desistiu. Nessa hora eu parei de ler meu jornal.
Comecei a olhar para ela com mais atenção. Observei que ela não queria apenas pegar as borboletas, mas sim a que estava voando mais alto. Fiquei absorta. Pensei em chamá-la, mas não tive a ousadia de arrancá-la de seu objetivo. Quando de repente...
Ela conseguiu. Em meios de tantos obstáculos, aqueles garotos dizendo que ela não iria conseguir. E mesmo assim, a bela menina não desistiu em momento algum.
Isso me fez pensar na vida. Quantas coisas eu já desisti por causa dos obstáculos, que muitas vezes eu mesma colocava, em pessoas que diziam que eu não era capaz e muitas vezes entristecida, eu desistia.
Levantei-me e lá, naquele banco, deixei o meu jornal como registro de minha presença. Daquela praça ficou a recordação, naquele lugar prometi a mim mesma que nunca, mas nunca mesmo, irei desistir de algum sonho, seja lá qual for a pedra em meu caminho, eu seguirei em busca da borboleta mais alta.

Bem-Vindos.

Hoje, estou aqui inagurando este blog, para todos aqueles que adoram ler CONTOS.
Alguns contos que eu irei publicar serão escritos por mim, outros não. Outros serão escritos por autores que eu gosto muito ou serão contos que eu achei na própria internet, enfim... espero que gostem e aos poucos este bolg vai se ajeitando(risos).

Lembre-se... Quem conta um conto aumenta um ponto.

Obrigada pela sua presença!


Elizabhett Costa.

P.S.: Não esqueça de visitar meu outro blog :

http://semvoceeunaosounada.blogspot.com/