domingo, 3 de janeiro de 2010

Precisa-se. Clarice Lispector


Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

sábado, 2 de janeiro de 2010

As Borboletas. - Elizabhett Costa.


Uma vez estava eu em uma praça, não lembro onde, mas me recordo da situação. E lá estava uma menininha, aparentava ter seus oito para nove anos, por aí. Ela estava tentando pegar umas borboletas que sobrevoavam a sua cabeça, e, a gorotinha não cansava de pular, pular... tentativas falhas. Ela não desistia. E eu a observá-la, com o meu jornal na mão. Eu sorria de vez em quando, pensando... Coitada ela não vai conseguir!
Mas não era só eu que pensava isso, eu apenas pensava. Lá ao lado daquela garotinha havia uns garotos que diziam, "Deixe de sua idiotice menina, você jamais conseguirá pegar essas borboletas". Ela não desistiu. Nessa hora eu parei de ler meu jornal.
Comecei a olhar para ela com mais atenção. Observei que ela não queria apenas pegar as borboletas, mas sim a que estava voando mais alto. Fiquei absorta. Pensei em chamá-la, mas não tive a ousadia de arrancá-la de seu objetivo. Quando de repente...
Ela conseguiu. Em meios de tantos obstáculos, aqueles garotos dizendo que ela não iria conseguir. E mesmo assim, a bela menina não desistiu em momento algum.
Isso me fez pensar na vida. Quantas coisas eu já desisti por causa dos obstáculos, que muitas vezes eu mesma colocava, em pessoas que diziam que eu não era capaz e muitas vezes entristecida, eu desistia.
Levantei-me e lá, naquele banco, deixei o meu jornal como registro de minha presença. Daquela praça ficou a recordação, naquele lugar prometi a mim mesma que nunca, mas nunca mesmo, irei desistir de algum sonho, seja lá qual for a pedra em meu caminho, eu seguirei em busca da borboleta mais alta.

Bem-Vindos.

Hoje, estou aqui inagurando este blog, para todos aqueles que adoram ler CONTOS.
Alguns contos que eu irei publicar serão escritos por mim, outros não. Outros serão escritos por autores que eu gosto muito ou serão contos que eu achei na própria internet, enfim... espero que gostem e aos poucos este bolg vai se ajeitando(risos).

Lembre-se... Quem conta um conto aumenta um ponto.

Obrigada pela sua presença!


Elizabhett Costa.

P.S.: Não esqueça de visitar meu outro blog :

http://semvoceeunaosounada.blogspot.com/